sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A gafe de Indio


O número de mortos na Região Serrana do Rio já passava de 250 às 19h30 de quarta-feira, quando o deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ) entrou no Twitter comemorando resultados de exames. "Acabei de receber os resultados de um check-up completo. Saúde está 100%", disse. Nenhuma menção à tragédia, aos mortos, às providências, a mobilização política, a solidariedade, nada.
Veio então uma chuva de tweets com críticas à postura do deputado. "Parabens pela saúde. pena que nem todos os fluminenses possam se gabar como o Sr.", disse o perfil @livredebate. "Legal, você é mesmo uma FIGURA. KKKK o mundo acabando e vc olhando pro umbigo", criticou @_potiguardarrc. "Quem esse Índio da Costa pensa que é? Num momento crítico da vida do RJ, ele se gaba da própria saúde? Político playboy!", atacou @PerllaIsadora.
Às 22h37, Indio tocou no assunto. Disse que a Defesa Civil tinha que ter "estrutura para agir todo ano e não só em tragédias". No fim da noite de quinta-feira, em resposta a quatro perfis, explicou o motivo da comemoração do dia anterior: "Estava com suspeita de câncer, mas era apenas um nódulo. Tenho ajudado as vítimas no q posso".
Por volta de 1 hora de sexta-feira ele então se desculpou: "Peço desculpas ter tratado da minha saúde nesse momento. Eu estava com suspeita de câncer, mas era um nódulo. Farei a minha parte!". E em seguida cobrou do governo federal verba prometida para ajudar as vítimas do Rio. E completou: "Agradeço aos tt imediatos. Vamos nos concentrar em ajudar as vítimas. Até amanhã".
Candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB), Indio provocou polêmicas por declarações e frequentes gafes durante a campanha. A mais polêmica foi a acusação de que o PT é "ligado às Farc, ligado ao narcotráfico, ligado ao que há de pior". No dia seguinte, depois do mal-estar para a campanha tucana, o vice recuou, disse que o PT não fazia narcotráfico. Dias antes, ele havia chamado a então candidata Dilma Rousseff de "esfinge do pau oco".
Às 3 horas desta sexta-feira, o número de mortos no Rio chegava a 506, de acordo com o site G1.

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