sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Um trem mais realista

Em novembro de 2003, os governadores Marconi Perillo e Joaquim Roriz (DF) anunciavam a intenção de construir trem-bala entre Goiânia e Brasília, que reduziria a viagem para 1 hora. A promessa era executar o projeto em cinco anos. Ambos viajaram a Europa para conhecer projetos em outros países.
Seis anos se passaram, a proposta foi esquecida, e o governador Alcides Rodrigues tratou de ressuscitar a ideia durante visita a China, desta vez propondo um trem de alta velocidade, batizado de Expresso Pequi, como ramal da Ferrovia Norte-Sul. Apesar de o anúncio ter sido feito com entusiasmo por Alcides e pelo presidente da estatal federal Valec, nada avançou.
Em entrevista ao POPULAR, publicada domingo, o secretário estadual de Infraestrutura, Wilder Morais, disse que o governo tem outras prioridades e não há previsão de investimento no projeto.
Há, no entanto, uma proposta feita por Marconi ao governo do DF de implantar um trem entre Luziânia e o Plano Piloto (distância de 66 quilômetros), mostrou hoje a coluna "Do Alto da Torre", de Eduardo Brito, no Jornal de Brasília.

Trem de Goiás para Brasília
Uma linha de trem entre Luziânia e a Rodoferroviária do Plano Piloto pode ligar não só Goiás ao Distrito Federal, mas também os governadores Marconi Perillo e Agnelo Queiroz. A proposta foi feita por Perillo a dois secretários brasilienses, do Entorno, Bispo Renato, e do Desenvolvimento Econômico, José Moacir Vieira, além do líder do PT na Câmara, Chico Vigilante. A ideia é aproveitar a linha já existente, que servia inclusive para transportar passageiros entre Brasília e Campinas durante décadas, mas hoje está quase desativada.

Dupla vantagem
Na ótica do GDF, a linha de trem oferece duas vantagens. Facilitaria o acesso à capital de uma substancial parcela de moradores do Entorno - o eixo Luziânia-Cidade Ocidental-Valparaíso - com a possibilidade de uma conexção que beneficiaria Gama e Santa Maria. De quebra, evitaria a dependência das empresas de ônibus que hoje monopolizam o transporte na região e que são muito criticadas pelos usuários, tanto de Goiás quanto do DF.

Nova postura
A iniciativa, na visão de interlocutores brasilienses, pode representar uma mudança na postura do governo de Goiás, notoriamente refratário a investir no Entorno. Essa postura chegou a provocar mal estar entre governadores, como entre José Roberto Arruda e Alcides Rodrigues. Agora, Marconi Perillo se dispõe a partilhar os custos. Como se pode aproveitar a linha férrea já existente, desde que modernizada, a despesa será moderada. É esperar para crer.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Até que as eleições os separem

Ex-ministro de Articulação Política do governo Lula, Alexandre Padilha, atual ministro da Saúde, esteve na manhã de hoje em Goiânia para tratar sobre possível surto de dengue no País. Em discurso, Padilha defendeu parcerias com o governo estadual e prefeituras e disse que a disputa acabou com o término das eleições.
"Para mim, esta data marca o dia em que vamos iniciar uma grande parceria, independentemente dos partidos políticos. Venho aqui por uma orientação clara e explícita da presidenta Dilma: a disputa partidária acabou no final das eleições. A partir do dia 1º de janeiro, o que interessa são as necessidades do povo", afirmou o ministro.
O governador Marconi Perillo (PSDB) também defendeu união e afirmou ter "muita confiança técnica" na presidente Dilma. "Politicamente sempre tivemos de lados opostos, mas sempre nos respeitamos".
O mesmo clima amistoso foi visto entre Marconi e o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT). O petista e o senador Demóstenes Torres (DEM), também presente no evento, são os dois mais cotados hoje para a disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2012. O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), que anda cheio de elogios ao governo estadual, também estava lá. Vejam só quantos sorrisos. Fotos de Leoiran.









 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A gafe de Indio


O número de mortos na Região Serrana do Rio já passava de 250 às 19h30 de quarta-feira, quando o deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ) entrou no Twitter comemorando resultados de exames. "Acabei de receber os resultados de um check-up completo. Saúde está 100%", disse. Nenhuma menção à tragédia, aos mortos, às providências, a mobilização política, a solidariedade, nada.
Veio então uma chuva de tweets com críticas à postura do deputado. "Parabens pela saúde. pena que nem todos os fluminenses possam se gabar como o Sr.", disse o perfil @livredebate. "Legal, você é mesmo uma FIGURA. KKKK o mundo acabando e vc olhando pro umbigo", criticou @_potiguardarrc. "Quem esse Índio da Costa pensa que é? Num momento crítico da vida do RJ, ele se gaba da própria saúde? Político playboy!", atacou @PerllaIsadora.
Às 22h37, Indio tocou no assunto. Disse que a Defesa Civil tinha que ter "estrutura para agir todo ano e não só em tragédias". No fim da noite de quinta-feira, em resposta a quatro perfis, explicou o motivo da comemoração do dia anterior: "Estava com suspeita de câncer, mas era apenas um nódulo. Tenho ajudado as vítimas no q posso".
Por volta de 1 hora de sexta-feira ele então se desculpou: "Peço desculpas ter tratado da minha saúde nesse momento. Eu estava com suspeita de câncer, mas era um nódulo. Farei a minha parte!". E em seguida cobrou do governo federal verba prometida para ajudar as vítimas do Rio. E completou: "Agradeço aos tt imediatos. Vamos nos concentrar em ajudar as vítimas. Até amanhã".
Candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB), Indio provocou polêmicas por declarações e frequentes gafes durante a campanha. A mais polêmica foi a acusação de que o PT é "ligado às Farc, ligado ao narcotráfico, ligado ao que há de pior". No dia seguinte, depois do mal-estar para a campanha tucana, o vice recuou, disse que o PT não fazia narcotráfico. Dias antes, ele havia chamado a então candidata Dilma Rousseff de "esfinge do pau oco".
Às 3 horas desta sexta-feira, o número de mortos no Rio chegava a 506, de acordo com o site G1.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Servidores usam Twitter para cobrar salário atrasado

Mais de 130 tweets foram remetidos ao governador Marconi Perillo (PSDB) - com uso do link @marconiperillo - desde o início da semana para cobrar o pagamento dos salários de dezembro. O governo anterior deixou cerca de R$ 340 milhões a quitar da folha do funcionalismo.
Os apelos no Twitter aumentaram desde ontem, depois que o secretário estadual da Fazenda, Simão Cirineu, informou que o Estado não tem condições de completar o salário de dezembro e pagar a folha de janeiro com a receita deste mês. O Estado ainda não apresentou uma alternativa para o pagamento.
Marconi tem aparecido pouco no Twitter. Fala basicamente de compromissos dos últimos dias e responde a poucas citações. Até agora não comentou nenhuma das cobranças. Há tweets em vários tons: elegantes, irônicos, de incentivo, de duras críticas e de piadas. Veja alguns (moderados) selecionados pelo blog.

















quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Anápolis, "a capital dos genéricos"

Matéria do jornal Valor Econômico de hoje.

Cidade dos genéricos, Anápolis avança
Mônica Scaramuzzo
De Anápolis e Goiânia

Anápolis já não é mais a mesma. A cidade com um quê interiorano, a cerca de 50 quilômetros da capital de Goiás, começou a mudar seu dia a dia nos últimos meses. A transformação é perceptível nas cores renovadas das casas, na construção de novos condomínios e edifícios que pipocam aqui e ali, impulsionados pelo aumento de renda com a chegada de novas indústrias à região. E todas essas mudanças, que não são poucas, vêm acompanhadas de um movimento migratório de trabalhadores, sobretudo do Sul e Sudeste do país, para ocupar cargos estratégicos em empresas farmacêuticas que se expandem ou chegam à cidade.
Os laboratórios, que começaram a ser instalados a partir dos anos 90 na cidade, fazem de Anápolis uma nova realidade. Somente nos últimos 12 meses, até dezembro, multinacionais e companhias brasileiras injetaram cerca de R$ 2 bilhões em Anápolis, atraídas pela oportunidade de negócios no segmento de genéricos. As companhias são seduzidas por um polpudo programa de incentivos fiscais e localização geográfica estratégica, cortada por duas rodovias federais, o que também atraiu grandes distribuidoras de medicamentos (ver abaixo).
Anápolis é o terceiro polo produtor farmacêutico do país e já caminha para a segunda posição - nos próximos meses a cidade vai desbancar o Rio de Janeiro - e está na disputa com São Paulo para ser o maior em genéricos do Brasil.
Em 2009, a cidade atraiu os holofotes - que permanecem desde então - com a compra da Neo Químicapela Hypermarcas(ver matéria ao lado). A empresa estava sendo disputada pela americana Pfizer, que perdeu o páreo, porém, quase um ano depois, abocanhou 40% do laboratório Teuto, instalado no mesmo complexo industrial da cidade, o Daia (Distrito Agroindustrial de Anápolis). Empresas como as suíças Novartise Roche também chegam à cidade para investir em distribuição de remédios, podendo fazer investimentos em laboratórios no futuro, segundo Luiz Medeiros, secretário de Indústria e Comércio do Estado. O Achécomprou 50% da Melcon, laboratório de médio porte também situado no Daia.
Além das gigantes suíças, grandes companhias, como a EMS, a maior nacional do país, analisam construir uma fábrica na região, segundo fontes do setor. A Novartis não confirma investimento na cidade.
O movimento de consolidação de ativos no setor tem mudado o perfil da cidade, que abriga novas faculdades e universidades para formar mão de obra local qualificada para essas indústrias. "Cheguei até Anápolis atraída por um anúncio da internet", diz a gaúcha Fernanda Figueiredo, 30 anos, formada em 2003 em farmácia industrial. Antes de ingressar na Teuto, onde ocupa o cargo de supervisora de produtos injetáveis, Fernanda passou pelo laboratório paranaense Pratti Donaduzzi. A gaúcha, desde 2005 na cidade, já está estabelecida. Conheceu seu marido na Neo Química e não pretende voltar para o Rio Grande do Sul.
Trajetória parecida tem o paranaense Milton Cavallari de Lima, 29 anos. Supervisor de produção de medicamentos sólidos na Teuto desde 2007, chegou a Anápolis quatro anos antes para fazer estágio na Greenpharma. Depois seguiu para a Cifarma. "Cortei o cordão umbilical com minha cidade e me estabeleci aqui", diz.
O polo farmacêutico de Anápolis começou a ganhar corpo com a expansão do Daia, fundado em 1976. São cerca de 100 empresas, das quais um quinto do segmento farmoquímico, além de companhias dos setores de alimentos, automobilístico, adubos, materiais de construção e um porto seco.
Com o frenético movimento de consolidação do setor farmacêutico em todo país nos últimos meses, muitas são as apostas de que as aquisições deverão reduzir o ritmo. No entanto, pequenas e médias empresas de Anápolis, descartadas inicialmente por grandes grupos, são consideradas hoje alvos potenciais de interessados em migrar para aquela região.
A FBM, farmacêutica de médio porte especializada em saneantes hospitalares, saiu do zero em 2000 e hoje fatura R$ 100 milhões. Junto com a Hospfar, empresa de Goiânia, especializada em produtos hospitalares controlada pelo empresário Marcelo Perillo, soma receita de R$ 600 milhões. O grupo é alvo de assédio, mas Perillo garante que ainda não está à venda. "Não descartamos parcerias com multinacionais para desenvolvimento de medicamentos", diz. A FBM concluirá em março um investimento de R$ 70 milhões e fechou parceira com uma empresa austríaca para produzir hormônios.
Embora os laboratórios instalados no Daia sejam hoje alvo de assédio, alguns ainda travam uma luta para se reerguer. É o caso do Kinder, especializado em genéricos, que foi desativado há dois anos por falta de capital. Seu proprietário, Marçal Soares, presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de Goiás, está em busca de investidores para reativar a fábrica. Com o ritmo acelerado de aquisições que se observa na região, a Kinder poderá abrir suas portas até mesmo com um novo dono.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Primeiras medidas do governo na área de pessoal


Em reunião com o secretariado na tarde de hoje, o governador Marconi Perillo anunciou conjunto de medidas relacionadas ao funcionalismo público. As ações visam principalmente ao corte de gastos e à instituição do sistema de meritocracia - baseado no modelo já implantado em Minas Gerais e Pernambuco.Veja as medidas e leia mais sobre a reunião no POPULAR desta terça-feira. A foto acima é de Wagnas Cabral, da assessoria do governo.

* Corte de 10 mil contratos temporários e avaliação, no prazo de 60 dias, da necessidade de permanência dos demais ocupantes de cargos temporários, cujos vínculos serão mantidos por este período.
* Exoneração de todos os ocupantes de cargos comissionados da estrutura básica e complementar, direta ou indireta, e avaliação, no prazo de até 60 dias, da necessidade de permanência dos demais ocupantes de cargos comissionado.
* Suspender os processos de concurso em andamento, proibir novos por um prazo inicial de 12 meses.
* Revisão, no prazo de 60 dias, da concessão de todas as funções comissionadas (FC).
* Instituir a meritocracia, com avaliação individual e institucional, com base no desempenho alcançado nos contratos de gestão por resultados; provimento de cargos gerenciais por avaliação por mérito; criação e administração de um banco de habilitados para apoiar o provimento por mérito.
* Estabelecer mecanismos que permita o afastamento voluntário temporário, sem remuneração, de servidor público.
* Cancelamento, a partir de 1º de janeiro de 2011, dos atos de disposição e cessão de funcionários e renovações e novas cessões apenas com ônus para o órgão requisitante (de outros poderes ou esferas federativas).
* Reorganizar o quadro de pessoal, tendo por base a reforma administrativa, com a definição de quantitativos por órgão e a realocação de servidores.
* Implantação do Fórum do Servidor Público: decreto criando canal permanente de comunicação com os servidores públicos.
* Revitalização da Escola de Governo / Foco no novo modelo de gestão pública de Goiás – Estabelecer política de capacitação e reciclagem dos servidores, de modo a viabilizar o pleno exercício do modelo de gestão voltado para resultados.
* Observância da data base do servidor público.
* Sanear o Ipasgo para posterior gestão dos servidores públicos.
* Estabelecer processo de remanejamento incentivado de servidores, como forma de suprir de pessoal os órgãos carentes.
* Realocação de todos os gestores para os órgãos da administração direta ou indireta, em conformidade com a necessidade do serviço público.
* Análise imediata e em conjunto, com formação de grupo específico de procuradores do estado e membros da Controladoria Geral do Estado, das centenas de ações judiciais decorrentes dos concursos públicos, visando eliminar a grave insegurança jurídica nos órgãos referidos e dos servidores.
* Punir com a perda do cargo ou da função comissionada a chefia imediata que permitir ou for leniente com o descumprimento da carga horária e da assiduidade previstas no regime de trabalho dos respectivos cargos.
* Tornar obrigatório para todos os órgãos públicos a utilização do RHNet.
* Centralizar na Secretaria de Gestão e Planejamento a preparação dos atos com relação a lotação, disposição, cessão e transferência de servidores para apreciação do governador, como forma de controle da situação do conjunto de servidores do Estado.

Agenda do governador Marconi Perillo

Agenda oficial no primeiro dia útil do governo

7h: Entrevista ao Bom Dia, Goiás
8h: Entrevista à TV Record
10h: Posse do delegado-geral da Polícia Civil e troca de comando da PM e do Corpo de Bombeiros, na cidade de Goiás
16h: Primeira reunião com o secretariado, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira
17h: Posse da mesa diretora da Câmara de Goiânia
19h30: Posse da mesa diretoria da Câmara de Rio Verde

domingo, 2 de janeiro de 2011

Pérolas dos políticos no Twitter

Os erros de português e as mensagens, digamos, curiosas dos políticos no Twitter foram tantas nos últimos dias que merecem que o blog ressuscite o Pérolas do Twitter, feito durante a campanha eleitoral. O vereador e jogador de futebol Túlio Maravilha (PMDB) passa a ocupar a vaga de Dhomini (PR), ex-candidato a deputado estadual, recordista nas pérolas na rede. Bolso vira bolço; lidar, lhe dar; cumprimento, comprimento; parabenizo, parabeniso; majestoso, magestoso. Divirtam-se.























A melancólica despedida de Alcides

Jorcelino Braga (que não fez questão de aparecer nas fotos), Sérgio Caiado, Eurípedes Pankão, Adilson Catatau, Ernesto Roller, Oton Nascimento, Mário Nonô Amaral. O pequeno grupo que esteve na despedida de Alcides Rodrigues (PP) do Palácio das Esmeraldas foi o mesmo que o acompanhou durante os quatro anos de mandato e se manteve fiel ao pepista.
A saída do palácio mostrou o isolamento de Alcides e explica muito do que foi sua gestão. As fotos, divulgadas pela assessoria, simbolizam o resultado da opção do ex-governador de romper com um grupo político sem, porém, articular um novo time de aliados e tirar da administração nomes que trabalhavam em favor dos adversários. Alcides saiu sem festa de despedida, nem auxiliares carregando-o no colo, nem choro, nem homenagens de servidores, nem aplausos. Sem pirotecnia, como costuma repetir, mas não por opção.
O pepista saiu "pela porta da frente" - como fez questão de destacar - ao lado da mulher, Raquel, da nora, Renata, da neta Sofia, e de menos de 15 auxiliares. No grupo, o ex-vice-governador Ademir Menezes (PR) estava lá mais pelo cargo que ocupava. O ex-procurador-geral do Estado, Anderson Máximo, o ex-chefe do Gabinete Civil, Colemar de Moura, e o ex-presidente da Agecom, Marcus Vinicius Faria Felipe, e o ex-assessor de Comunicação Social, Vassil Oliveira, também estiveram na despedida.
O ex-prefeito Vanderlan Cardoso (PR), que foi candidato ao governo com apoio de Alcides, também acompanhou o pepista, ao lado da mulher, Izaura. Um gesto de agradecimento pela aposta na campanha. Veja as fotos abaixo, de Eduardo Ferreira.