terça-feira, 26 de outubro de 2010

A suposta blindagem da Celg

Subeditor de Economia do Correio Braziliense, o jornalista Márcio Pacelli publicou artigo ontem em que critica duramente a operação em favor da Celg. Com o título "Escárnio eleitoral", o artigo condena a atitude do presidente Lula em dar aval à negociação a 18 dias das eleições e o apoio do governador Alcides Rodrigues (PP) ao candidato Iris Rezende (PMDB) no dia seguinte. Fora a questão do toma-lá-dá-cá, já abordada por aqui, o que me chamou atenção foi a opinião de Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil e que sempre acompanhou atentamente as negociações, sobre a suposta blindagem da companhia após o acerto financeiro. O colunista acrescenta informações sobre empresas já geridas pela Eletrobras. Uma preocupação importante para o cidadão goiano. Leia abaixo:

"Para Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, o governo fez a pior escolha. Decidiu tratar apenas o sintoma, ignorando mais uma vez as causas da doença. A seu ver, a proposta tenta tapar o buraco financeiro da Celg sem olhar para as debilidades de gestão e para o uso político da empresa, verdadeiras causas do flagelo da estatal há décadas. 'É como se um paramédico recorresse à transfusão para salvar uma pessoa sem suturar a artéria aberta por onde o sangue se esvai', compara.
Do empréstimo concedido, cerca de R$ 1,7 bilhão serão usados para quitar dívidas do governo local com a Celg e
R$ 2 bilhões serão despejados no capital da estatal. Com os recursos, a companhia poderá quitar dívidas de tributos e encargos setoriais, recuperando o direito de reajustar suas tarifas. A Eletrobras injetará outros R$ 140 milhões na distribuidora, elevando a participação federal na empresa goiana a 6%.
Mas a operação de salvamento da Celg padece dos mesmos vícios que levaram à grave situação financeira da estatal, hoje com uma dívida estimada em quase R$ 6 bilhões. 'O que falta é uma gestão competente e profissional, blindada de usos políticos', aponta Sales. Alguns poderão argumentar que a entrada da Eletrobras na diretoria da estatal goiana terá exatamente o objetivo de sanar esse tipo de falha. O argumento seria verdadeiro se a empresa federal não fosse vítima de problema idêntico.

Legado duvidoso
O desempenho das distribuidoras de energia elétrica administradas pela Eletrobras revela que o Estado não tem muito a oferecer em termos de gestão. Todas as companhias federalizadas — Amazonas Energia, Ceron, Eletroacre, Ceal, Cepisa e Boa Vista — estão entre as que apresentam o pior desempenho no setor elétrico. Seus custos operacionais superam em 36% o valor estabelecido como razoável pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A rentabilidade dessas empresas figura entre as mais baixas do país.
'Com esse histórico, qual seria o legado de excelência gerencial que a Eletrobras aportaria à Celg?', indaga Sales. Em sua visão, a solução eficaz do problema passaria por um processo licitatório que selecionasse uma empresa competente para imprimir um novo padrão administrativo à distribuidora de energia goiana, tão maltratada por políticos."

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Debate em cenas

Registros do debate promovido ontem pela rádio CBN Goiânia e pelo jornal O POPULAR. Fotos de Leoiran.
















Paulo Beringhs fala de denúncia e relação com PSDB

Na entrevista abaixo, o jornalista Paulo Beringhs apresenta os motivos para a decisão de denunciar no ar , em programa da TBC, censura por parte do governo e fala de sua relação com o PSDB. A entrevista foi feita quinta-feira, 21, quando o caso foi divulgado nos principais sites do País e ganhou grande repercussão nas redes sociais. Avalie.

Atualizado às 23 horas: Resposta do jornalista Altair Tavares sobre a entrevista:  "O sr. Paulo Beringhs faz uma citação ao meu nome que considero indevida. Em nenhum momento eu falei com qualquer pessoa sobre ir ao programa Jornal Brasil Central. Como outros jornalistas, eventualmente sou convidado a participar do Roda de Entrevista. Minhas obrigações na direção de jornalismo da Rádio 730 me absorvem completamente, à exaustão e não busco outro compromisso". Tentei contato com os demais nomes citados na reportagem, mas não consegui uma resposta. Espaço aberto, obviamente. 

Houve convite aos dois candidatos ao governo para as duas rodadas de entrevistas?
Sim. Tenho história, tradição em fazer debates e entrevistas durante as eleições. No primeiro turno, fizemos duas rodadas e no segundo decidimos repetir a fórmula. Enviamos convite aos dois candidatos, datado, assinado, recebido. Marcamos reunião para definir datas e regras para as entrevistas. Iris não mandou ninguém. Disse que não tinha como mandar. Aí fizemos a reunião com o representante de Marconi, definindo as entrevistas para os dias 14 (que foi ao ar) e 21. Inclusive no texto do convite entregue, consta que o não comparecimento na reunião teria valor de renúncia e que o candidato não poderia cobrar depois. Ou seja, deixei bem claro: não veio, perdeu o espaço.

Mas este convite deixava claro que haveria duas rodadas e quem não comparecesse perderia as duas chances de ser entrevistado?
Deixava claro, tanto que ainda enviamos e-mail e ligamos para dois assessores de Iris, Macloys Aquino e Filemon Pereira, e eles reafirmaram que o candidato não poderia ir, que os representantes estavam todos envolvidos em outra atividade. Curioso é que no primeiro turno, Iris veio. Agora, por uma determinação maluca de Jorcelino Braga, ele não compareceu. A reunião era inclusive para definir a participação do programa da TV Goiânia também.

E como ocorreu a censura que você denunciou?
Meu diretor comercial (Fernando Dib) foi chamado para uma reunião e informado que, se fosse feita a entrevista com Marconi, o programa seria retirado do ar. Nem tiveram a coragem de falar diretamente comigo. E falaram mais, que passaria a haver um controle e acompanhamento do programa na redação e na bancada. Disseram que colocariam pessoas da confiança deles.

A reunião foi entre quem?
O Marcus Vinicius participou do início e, espertamente, para não ser acusado da censura, saiu e deixou o Urias conduzindo, juntamente com Rosane Louza, diretora de Jornalismo. Tinha mais uma pessoa, mas não me lembro quem era. Eu faço o programa na minha produtora, não vou à TBC, então tenho uma minitelevisão aqui. Queriam colocar alguém na redação e na bancada. Por isso que Cleber (Ferreira) participou do programa (da noite de quarta-feira). O nome dele foi imposto. Isso tudo porque sabem que eu não sou do grupo de Iris. E isso não significa que eu seja Marconi. Mas eles trabalharam claramente pelo Vanderlan no primeiro turno e querem usar a televisão em favor de Iris no segundo. Tanto que os outros dois nomes sugeridos foram de Altair Tavares e Eduardo Horácio, os dois da rádio 730, que é do Braga. Isso foi imposição do Braga, que continua mandando no governo. Eu sempre me pautei pelo equilíbrio, sempre convidei todos os lados. Tive dificuldades de fazer um programa quando o PMDB fez comício com Lula no primeiro turno e ainda assim arrumei alguém do partido para participar. Nunca privilegiei partido A ou B. Mas isso é rancor do Braga, a vontade dele de pisar em todo mundo.

O ex-secretário da Fazenda já havia censurado você antes?
Sim, não foi a primeira vez. Dois anos atrás, ele reclamou e pediu minha cabeça por uma entrevista que fiz com Marconi na TV Goiânia. Nem era na TBC. Em outra ocasião, Marconi deu entrevista na TV Fonte da Vida, para o Luiz Gama, e houve uma fofoca que ele tinha falado mal do governo no meu programa. Fofoca. Então por duas ocasiões, Braga já havia tentado me prejudicar, usando o aliado dele, Marcus Vinicius.

O presidente da Agecom disse hoje em entrevista que o programa iria ao ar se fosse enviado. Você está convicto de que ele seria cortado?
Pois é, hoje a conversa é outra. É tudo conversa. Ele disse ao meu diretor comercial que tiraria do ar.

Marcus Vinicius disse ainda que o contrato com a sua produtora está mantido. Você vai pedir rescisão?
Então, até para esclarecer, não houve demissão, porque não sou funcionário da TBC. Tenho um contrato de prestação de serviços e, se precisar, vou pedir para o meu advogado para denunciar o contrato. Eu não faço mais nenhum programa. Me recuso a trabalhar com esse tipo de gente. São vagabundos que desconsideram a minha história. Tenho 46 de jornalismo. Eu vivenciei muita coisa. Fui levando em banho-maria, mas chega um momento em que não dá.

Se você diz que o Jorcelino Braga já havia tentado prejudicá-lo outras vezes por que acusou Iris Rezende de responsabilidade pela censura?
Porque Iris está no jogo do Braga. E Iris não gosta da imprensa. Talvez você não tenha tido a oportunidade de vivenciar, mas eu poderia dizer aqui vários nomes de jornalistas que sofreram censura nos governos de Iris. Ele perseguia, demitia, pedia a cabeça. Cito um, que trabalha comigo, que é o Luiz Carlos Bordoni. Então isso é tradição no PMDB. E no PT também. O PT não gosta da imprensa, tanto é que vimos o PNDH da Dilma.

A sua filiação ao PSDB está sendo divulgada como tentativa de mostrar que você não é isento no caso.
Olha, isso é antigo. Me filiaram no PSDB. Foi um convite de Nion e eu fiquei sem graça de não aceitar à época. Depois pedi desfiliação, ainda na época do Faleiros (Antonio Faleiros, ex-presidente do diretório estadual).

Mas seu nome chegou a ser cotado para disputar a Prefeitura de Goiânia em 2004. Você se colocava como pré-candidato.
Não, não. Foi pesquisa. Na época o jornal O Sucesso colocou meu nome e fiquei bem posicionado, mesmo com um ano fora da televisão. Aquilo me deu muita alegria, porque eu não estava no ar. Demonstrava credibilidade. Mas eu nunca tive pretensão política. Tenho nojo desse negócio de disputa política. Fiz aquela coisa da boa vizinhança. Achei que se me recusasse a filiar seria ruim. Mas quanto mais eu dizia que não era candidato, mais eu era procurado. Porque político é mestre em fazer isso, né? Maluf fez muito isso. Dizer que não, querendo dizer que sim. Mas nunca quis.

Então você não é mais filiado?
Eu tenho até que ver isso. Mas eu pedi desfiliação. Eu nem sei onde é o diretório do partido. Preciso checar, mas acho que tenho esse documento de desfiliação. Pedi para sair em 2005, eu acho.

Você chegou a acertar uma entrevista à TV Marconi e desistiu. Por quê?
Eles me pediram, mas eu disse que já falei em tudo quanto é lugar. Fui procurado hoje por jornalistas de todo o Brasil. Aí preferi não falar à TV Marconi porque pode parecer armado e tal. Até acho que alguém entendeu errado e chegou a divulgar que eu daria entrevista, mas não. Eu descartei de início. Não houve armação. Só três pessoas sabiam que eu falaria ao vivo, eu, Fernando e mais uma outra pessoa amiga.

Marconi Perillo ligou para se solidarizar?
Não, não me ligou. Hoje casualmente eu vou gravar entrevista com ele para a TV Goiânia. Inclusive fiquei esperando Iris aparecer na semana passada e fui correr atrás de outro entrevistado às 19 horas porque ele não foi. Vou gravar com Marconi a entrevista que vai ao ar domingo. Estou pensando até em mostrar esse convite que foi feito aos dois candidatos.

Mas você é amigo de Marconi. Divulgaram também foto dele em sua casa durante a Copa...
Sou amigo do Marconi assim como sou... bem, agora não sei como vai ser, mas assim como sou de Iris, de Maguito, do Demóstenes. Essa coisa do jornalismo, da proximidade, das entrevistas, proporciona esse tipo de relação. Sou amigo de muitos.

E o governador Alcides, procurou você?
Alcides? Não. A última vez que ele me ligou foi em 28 de setembro, no meu aniversário. Ninguém falou nada comigo. Até sobre o programa falaram com meu diretor comercial.

Vai ficar só com o programa na TV Goiânia ou tem outros planos?
Eu continuo na TV Goiânia e quero respirar, pensar. Quero sossego. Vou buscar virar a página. Espero pelo menos receber o que eles (TBC) me devem desde o ano passado.

Devem por que?
Eles não me pagaram, de certo porque não sou da confiança deles, né? Não sou do grupo deles.

Quanto é?
Não sei. Precisaria ver. Mas tem essa dívida.

E o mal-estar com Cleber Ferreira?
Eu gosto muito do Cleber. Queria que ressaltassem isso. Sempre o convidei para os programas porque o considero ético e competente. Mas ele acabou envolvido por esse serviço podre, porco. Ele me disse que não sabia, ma fez as vezes ao ir ao programa, com nome imposto.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Nos bastidores, troca de gentilezas

Antes do clima quente do debate da TV Record, Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB), os dois maiores líderes políticos do Estado, trocaram cumprimentos cordiais, sorriram e brincaram que o embate começaria no elevador, em que entraram juntos para ir ao estúdio. Com as câmeras ligadas, o clima amistoso desapareceu (leia reportagem no POPULAR desta terça-feira). Veja as cenas registradas por Leoiran. Ao final, fotos de Valéria Perillo acertando maquiagem do marido.










segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Segundo turno na TV

Estreia dos candidatos ao governo de Goiás na propaganda eleitoral

Marconi Perillo (PSDB)



Iris Rezende (PMDB)