Destaque do Portal EnergiaHoje sobre a Celg informa que Eletrobras admite que operação não deve sair.
[22.12.2010] 10h18m / Rodrigo Polito
Depois de meses de negociação com a Eletrobras, a Celg pode parar nas mãos da Cemig. A mudança nos rumos da elétrica goiana se deve à troca no governo do estado, acionista majoritário da empresa. No início de 2011, Alcides Rodrigues (PP) passará a faixa para Marconi Perillo (PSDB), do mesmo partido de Antônio Anastasia, governador eleito em Minas Gerais.
Até meados deste ano, a Celg mantinha boas negociações com a Eletrobras. A proposta de venda de 41,08% de ações da empresa para a estatal federal havia sido aprovada na Assembleia Legislativa de Goiás e dependia apenas do aval do governo do estado. Na terça-feira (21/12), porém, o presidente da Eletrobras, José Antônio Muniz Lopes, admitiu que a negociação dificilmente avançará por motivos políticos.
A Cemig teria anunciado o interesse pela Celg em um boletim interno, em meados de dezembro. A informação coincide com as declarações dadas pelo presidente da empresa, Djalma Bastos de Morais, durante teleconferência com analistas, duas semanas após o resultado do segundo turno das eleições, em novembro. Na ocasião, o executivo disse que a companhia mineira estava às vésperas de concluir a aquisição de um bom ativo e que, em janeiro, analisaria outro bom ativo.
A Celg passa pelo pior momento de sua história. Com dívidas da ordem de R$ 5 bilhões, a empresa está impedida de reajustar suas tarifas de eletricidade, devido à inadimplência no recolhimento de encargos setoriais.
Em meados de dezembro, o Ministério Público Federal em Goiás enviou recomendação para a superintendência regional da Caixa Econômica Federal para que não libere a primeira parcela, de R$ 1,2 bilhão, de um empréstimo contratado pela Celg, no valor total de R$ 3,7 bilhões. O órgão pediu para a instituição financeira esperar a apreciação de recurso da Procuradoria Federal da República, que solicita a suspensão do financiamento.